Dinâmica de criação: Objeto narrador.
O Espelho
Desde a monarquia reis e rainhas postam-sediante de mim
para ensaios e quadros famosos. Estou em castelos medievais ou em humildes residenciais,
em bolsas de grife. Vejo alegrias e tristezas em todos os olhares, olha para
mim na espera de alguma resposta. De dia sou cinzento, à noite as luzes formam
ao meu redor um círculo mágico. Até hoje sou do tamanho e formas variadas, de
materiais singelos ou sofisticados cristais venezianos. Quem se vê em mim são:
mistérios infindáveis, um recolher de desabafos, cessar de lágrimas, calar de
lamentos, acender de esperanças, arrependimentos e excitações. Sou motivo de
espanto, desejos, prazeres e beleza, gosto de despir casais como fruta madura,
posicionando-me acima de uma cama de motel.
Dizem que a beleza é fundamental: eu também acho. Em mina
frente que todos se expõem. Tudo isso sou eu. Um olhar de espaço e tempo e teu
reflexo ficou perdido no meu rosto.
Iara Bauer
Oficina de Literatura - vila dos Pescadores
Oficineiro Diego Petrarca
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