"Mas
eram meninas moças
de pele
fresca e macia
o nome
ilustre que tinham
de um
pai desaparecido
nelas
deixara a evidência
de
tempos mais bem vividos"
As
mocinhas de Botafogo - Jane Rosa
As
mocinhas de Botafogo eram na verdade mulheres que acabaram de sair da infância,
que fora colorida, para uma adolescência em preto e branco.
A
mãe, uma mulher doente que ficara só, não tinha condições financeiras de manter
suas meninas, nem ela própria. Viviam de um passado presente e ficavam muito
mal.
Eram
jovens de pele fresca e macia, que sonhavam com o amor e um futuro melhor.
Marina,
que era mais razão, falava a irmã Marília:
-
Poderíamos estudar e trabalhar para ajudar nosso sustento.
Marília,
mais sonhadora, dizia:
-
Como ? se nem temos o que comer.
-
Mas se lutarmos por dias melhores, sairemos dessa situação.
-
Quem sabe sair para as ruas a procura de alguém que nos ajude?
-
Nos tempos de hoje, as pessoas se preocupam consigo mesmas, não podemos contar
com a sorte!
-
Então, sairemos a procura de tesouros escondidos pelas ruas e quem sabe
encontraremos um príncipe?
-
Pare de sonhar, Marília: em nossos caminhos encontraríamos só sapos!
-
Então o que sugere?
-
Trabalharmos, vamos a procura, alguma coisa iremos encontrar, nem que seja um
serviço temporário.
-
Ah! eu não teria coragem de suplicar por um trabalho, eu vou a procura de um
amor.
E
Marina, resignada, ficou a planejar seu futuro com coisas reais e palpáveis,
enquanto a sonhadora Marília, a sonhar com seu príncipe.
Proposta de criação: A partir do fragmento
destacado pela oficinanda, do poema Balada das meninas de Botafogo, de Vinícius
de Moraes, desenvolver o trecho mudando o percurso da história.
Diego
Petrarca –
oficina de Literatura
Um comentário:
Lindo texto! Parabéns!! Beijos, Samantha Rosa
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