7 de jun. de 2013

Enternecedora é a vida



Enternecedora é a vida - Carminha Braga

Ao saírem daquele lugar santo, após a triste e melancólica despedida, daquela que era sua mãe: fria e alva como nunca viram, retrato de uma vida sofrida e patética. As duas meninas andam em direção à saída com uma dor impossível de descrever, ao mesmo tempo com certo alívio, pois terminavam nesse momento mais uma fase de suas vidas. Pareciam libertas de um cativeiro.

Tristes, porém livres.

Nada mais se dizima, olhavam-se e sorriam, sorriso da alma. Quando avistaram um bonde a nove pontos, foi então que Marina puxou Marília e numa cumplicidade inexplicável, levantaram suas mãos com gestos frenéticos e alegres, temendo que o bonde não parasse. O condutor parou, elas subiram, abraçadas, seus olhos fixos e brilhantes na janela dianteira do semovente.
Deixavam a tristeza, o cativeiro, e com a   ingenuidade  que só pertencia a elas, sonham com a incerteza de uma nova vida, mais intensa e digna.



O exercício era adaptar um fragmento escolhido após a leitura e comentário do texto Balada das Meninas de Botafogo  um poema narrativo de Vinícius de Moraes. O objetivo era criar uma história nova a partir do fragmento (Diego Petrarca - oficina de Literatura Vila dos Pescadores - Região Sul).

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