Dinâmica: Reescrever o poema narrativo Balada das mocinhas de
Botafogo, de Vinícius de Moraes, inventando outro desfecho.
Saga das meninas - Geraldo Batista
Eram duas menininhas
Filhas de boa família:
Uma chamada Marina
A outra chamada Marília.
Os dezoito da primeira
Eram brejeiros e finos
Os vinte da irmã cabiam
Numa mulher pequenina.
Sem terem nada de feias
Não chegavam a ser bonitas
Mas eram meninas-moças
De pele fresca e macia.
O nome ilustre que tinham
De um pai desaparecido
Nelas deixara a evidência
De tempos mais bem vividos.
A mãe pertencia à classe
Das largadas de marido
Seus oito lustros de vida
Davam a impressão de mais cinco.
Sofria muito de asma
E da desgraça das filhas
Que, posto boas meninas
Eram tão desprotegidas
E por total abandono
Davam mais do que galinhas.
E dentro da casa aquela
Mãe pobre e melancolia.
Quando à noite as menininhas
Se aprontavam pra sair
A loba materna uivava
Suas torpes profecias.
De fato deve ser triste
Ter duas filhas assim
Que nada tendo a ofertar
Em troca de uma saída
Dão tudo o que têm aos homens:
A mão, o sexo, o ouvido
E até mesmo, quando instadas
Outras flores do organismo.
Foi assim que se espalhou
A fama das menininhas
E foi assim que encontraram
aqueles dois rapazolas
se gostarem e se enamoraram
Marina e Marília
Uma gostou do João a outra do Jesse
amor a primeira vista
você sabe como é
se prometeram em casamento
e para a sorte das meninas
deu tudo em papa fina
Marina ficou com João
Marília com Jesse
os dois tiveram filhos
Marina e João, tiveram Miura
Marília e Jesse tiverem José
Foram felizes para sempre
Veja a sorte como é
OFICINA DE LITERATURA - REGIÃO CRISTAL - CLUBE DE MÃES DO CRISTAL
OFICINEIRO DIEGO PETRARCA
Um comentário:
Muito bom!!!
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