5 de jul. de 2011

Oficina de Fotografia - Orfanatrófio.


Foto: câmera feita de lata sem o uso de lente fotográfica, exposição de 30 segundos com papel p&b vencido, revelador Kodak 64b, feito em casa.
Fotógrafa: Sabrina Oliveira
Retrato:
Mylena Soares


OLHANDO PARA O PASSADO
No Brasil, poucos fotógrafos já ouviram falar em fotografia sem lentes, cianotipia, marrom Van Dyke ou outros tantos processos fotográficos criados e praticados ao longo dos primeiros cinqüenta anos de existência da fotografia ainda no século XIX.
Explicações para isso são muitas e todas se entrelaçam em um nível ou outro, mas creio que a principal seja o fato de sermos ávidos por novidades. O contemporâneo nos seduz a tal ponto que esquecemos o passado, a história, as experiências.
A câmera tem que ser a mais moderna, o processador, mais poderoso, os softwares, sempre com a última versão. Diante de um sensor de 12 ou mais megapixels ou de lentes com sistemas de estabilização, ou ainda, da interminável quantidade de programas para tratamento de imagens que existem no mercado, pode parecer um despropósito alguém ainda se interessar por algum dos processos fotográficos históricos e saber como eram feitas as primeiras fotografias.
A fotografia tem quase duzentos anos de existência. Uma história cheia de experiências com muitos erros e acertos. O que hoje temos de mais moderno é resultado direto do que foi aprendido ao longo desse caminho.
Considerar esse conhecimento acumulado mera curiosidade, ou excentricidade de poucos, é sinal seguro de falta de costume com a cultura. Pensar que o passado não tem informações valiosas para o presente e para o futuro é miopia intelectual.
A prática da fotografia por qualquer um dos processos históricos requer paciência para reaprender algo que foi esquecido. Requer estudo e reflexão para corrigir os muitos erros que sempre acontecem. Requer, principalmente, entender e aceitar que a eletrônica e a informática são somente as mais novas ferramentas de um oficio que se faz com a luz.

Um comentário:

Carol disse...

além da história é o máximo pensar no caráter artesanal do processo, nas características da foto, muito legal!!!